21 de março de 2009

"PROJETO SALITRE" 6

Estamos tentando conseguir, sem sucesso, um artigo escrito por Natan Sebastião de Oliveira, endossado pelo engenheiro agrônomo Reginaldo José de Oliveira, pelo geólogo José Eustáquio e pelo produtor Valdete Fernandes de Mello, denunciando que a exploração de minérios pode contaminar águas subterrâneas da Estância Hidromineral de São João da Serra e colocar em risco o meio ambiente.

Sabemos que tal artigo foi publicado pela conceituada revista ABAS INFORMA, da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, informativo que segue uma linha totalmente imparcial e cujo propósito é divulgar e debater os assuntos em questão.

O tal artigo causou grande polêmica, resultando em várias manifestações da comunidade das águas subterrâneas, inclusive da empresa Galvani, que foi citada por seus referidos autores.

Se causou "polêmica", "gerou debate", deve ter algum conteúdo que mereça vir à luz para conhecimento do grande público de Patrocínio, até porque as águas minerais, mesmo que nas mãos de pessoas que não têm 'bala' para explorá-las, são outra grande riqueza de nosso povo. Queremos, fazemos questão de republicá-lo aqui, enriquecendo ainda mais essa discussão em aberto.

Para que, no futuro, dependendo do resultado das decisões e ações (benéficas ou maléficas) dos homens/líderes do presente, as próximas gerações possam saber que todas as variáveis, tudo em tempo hábil, foram analisadas, questionadas e reveladas.

Diante da dificuldade de acesso a tal artigo, solicitamos aos nossos leitores que acaso conheçam as pessoas acima mencionadas, que por favor entrem em contato com elas, passem nosso e-mail e lhes peçam que nos enviem o texto publicado na revista da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas.

Contamos com o apoio e empenho de todos nessa pesquisa.

"PROJETO SALITRE" 5

Patrocínio se prepara para uma nova Era de desenvolvimento amplo e de vida longa.

Patrocínio vai entrar na Era da mineração, com aumento de arrecadação e geração de empregos e renda.

Patrocínio aguarda a mineração com bastante expectativa. Exploradas serão suas minas de fosfato, em Salitre de Minas, pela Fosfertil.

O setor mineral será, a partir de sua implantação, uma das principais atividades econômicas do município.

Mas, mesmo diante de um projeto tão grandioso, que levará nosso município ao desenvolvimento, não podemos perder de vista o cuidado com o meio ambiente e com o aspecto social.

A implantação do “PROJETO SALITRE” trará, além de empregos, o aumento da arrecadação de impostos e toda a propaganda que em cima disso fazem e farão.

Mas tem como contrapartida os impactos ambientais gerados nas áreas exploradas. E os impactos sociais, pela migração, causando inchaço nos arredores da sede do município (mormente no distrito de Salitre de Minas), que jamais será o mesmo.

E, incontestavelmente, nosso município carece de infra-estrutura para suportar impactos de grande magnitude.

Impactos que se refletem na rede pública de saúde e escolar, na carência de moradias, insuficientes para atender, de imediato, tão expressiva e radical demanda.

Impactos na infra-estrutura urbana: saneamento básico, energia, manutenção e pavimentação das vias, isso tudo sem falar em transporte e no aumento de outras mazelas, como prostituição e drogas etc. Progresso tem preço. E esse preço é alto.

A cafeicultura se estabeleceu em nosso município há tantos anos e até hoje não criamos uma infra-estrutura adequada para ela.

De onde você, leitor(a), acha que veio toda essa insegurança, essa criminalidade, essa demanda por moradia, estes bairros criados “nas coxas”, esse tantão de gente que amanheceu aí da noite para o dia e que também desaparece do dia para a noite?

Pode responder sem pensar: da cafeicultura... Tudo é decorrência de uma cultura que emprega um período do ano e deixa às soltas os “forasteiros” a maior parte do tempo.

Do ponto de vista estratégico, Patrocínio está em posição geográfica privilegiada. É um município pólo.

Mas há aspectos negativos, e o principal já foi citado: falta infra-estrutura. E, pior: para este tipo de empreendimento estamos totalmente despreparados no que diz respeito à mão-de-obra. A melhor que temos a oferecer, nesse momento, é a braçal.

Lideranças inteligentes de outros municípios e Estados brasileiros que receberam a mineração, já concluíram que, para desenvolver as várias regiões, a mineração precisa agregar valor à produção e propiciar investimentos em outros ramos da economia.

A sustentabilidade do município não pode ficar comprometida. Há que ser um desenvolvimento durável.

Por isso é importantíssimo que a Fosfertil crie e mantenha todo um complexo em nosso município. Que não seja só extrair nosso produto e levá-lo para beneficiamento em Uberaba. A complexa planta química precisa ficar em Patrocínio. A Fosfertil precisa criar condições de formar, preparar, manter atualizada e empregar, no perímetro de Patrocínio, tirante os cargos de PhD's, toda mão-de-obra de que precisar.

E, infelizmente, pode se perceber com nitidez que os homens nativos (os patrocinenses) que estão à frente, liderando toda essa discussão não estão, ainda, bem preparados para tal. Claro que querem a Fosfertil estabelecida aí. Quem não quer?

Mas a Fosfertil planejou durante anos e anos sua chegada. E é duro ter que constatar que nos pegou de calças curtas, de calças na mão. Porque até hoje, nossa prefeitura que há anos tem uma secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, até hoje não tem sequer um planejamento de prioridades, tanto reivindicatórias quanto de infra-estrutura, caso a Fosfertil realmente viesse, como sempre alardeou.

Não houve um investimento do município quanto às demandas. Não se preparou ninguém para falar de igual para igual a linguagem da mineração, para conhecer experiências de outros municípios como Tapira, Patos de Minas e, principalmente, Araxá e Uberaba.

Agora, afoitos, desesperados, ansiosos, nossos líderes ocupantes eventuais do poder correm contra o tempo, atrás do prejuízo. Vão aprendendo na ‘tora’. Os atuais líderes (excluindo-se o Fausto Amaral) já tiveram, anteriormente, 8 anos para preparar todo o terreno. E nada. Não conseguiram nem aprender o bê-a-bá do negócio.

O que aprenderam, por exemplo, sobre royalties da atividade?

Que estudo há (não da Fosfertil), elaborado pela municipalidade, acerca de todos os impactos positivos e negativos, a curto, médio e longo prazos? São tantas perguntas que poderiam ser feitas aqui... Mas não há sequer um grupo de estudos, um conselho municipal voltado exclusivamente para o tema.

Ampliem esse debate, senhores! Está lá no site da Fosfertil, com todas as letras, que todas as áreas da empresa, sem exceções, estão envolvidas com o "PROJETO SALITRE", que conta com a participação de vários especialistas, como geólogos, engenheiros e técnicos de minas, mecânicos, eletricistas, técnicos de segurança no trabalho e ambiental, economistas, contabilistas, advogados, especialistas em recursos humanos, comunicação, informática, transportes, logística, comercialização, administrativo e outros”.

Enquanto isso, nós... (Desculpem-me por incluir-me entre vocês. Mas saibam, também, que só me admito nessa remotíssima hipótese apenas porque amo tanto nossa Patrocínio e por pressentir, por temer que, para nossa cidade, mais uma vez, o ‘ônus talvez seja maior que o bônus’).

Nos entristece muito, de verdade, saber que, convenhamos, com esse time que formaram desde janeiro de 2009 para jogar esse jogo de Copa do Mundo, não há ninguém sintonizado na mesma onda. E a onda do momento, senhores, é o advento da chegada da Fosfertil. Esqueçam todo o resto, parem de ficar correndo daqui para lá e melindrando-se por qualquer coisinha. Concentrem-se na Fosfertil.

Muito nos admira o prefeito e o vice-prefeito deixarem que um ex-prefeito, depois de ter ficado dois mandatos andando em círculos, volte e assuma a rodada de entendimentos e negociações sobre a vinda da mineradora...

Desculpem-me, mas assim fica fácil demais para a empresa que já chega preparada, ciente do tesouro incomensurável que tem nas mãos.

Desde a década de 70 que as grandes mineradoras conhecem todo o nosso potencial mineral. Hoje fosfato, amanhã titânio. Patrocínio também conhecia, mas ‘só de ouvir falar’, na base do ‘achismo’. Nunca se soube de uma única ação que nos colocasse na dianteira na hora de sentar para conversar, olho no olho.

O “PROJETO SALITRE” é de uma riqueza, senhores... Ouso dizer que suas vãs sabedorias são incapazes de alcançar tal dimensão.

Repito: não se mostrem tão aflitos e apressados assim. Fiquem tranquilos. O interesse de Patrocínio é grandioso, é imperativo, é crucial, é tudo... Pode ser a salvação da lavoura. Mas, para a Fosfertil o “PROJETO SALITRE” são milhões de lavouras comprando, dependendo de sua salvação. Coloquem 50% de interesse de parte a parte. E se interessem mais por nossa parte.

A vinda da Fosfertil não é obra nem ação de uma administração somente. A Fosfertil chegará pelas mãos dos atuais mandatários por conseqüência. Porque a empresa concluiu que este é o momento; que a Unidade de Uberaba, depois de receber milhões em investimentos está pronta para receber o fosfato extraído em Patrocínio. E é fato consumado.

Mas como chegou a hora e a hora é essa, sejam responsáveis quanto aos pleitos de Patrocínio. O “PROJETO SALITRE” possibilitará cem anos de exploração. A decisão dos senhores no presente momento refletirá por um século adiante. E como diz o ditado, o combinado não é caro.

Combinem tudo direitinho. Ponham a cabeça para funcionar. Queimem ao máximo, não desperdicem fosfato. Por que não elaboram um "PROTOCOLO DE INTENÇÕES" e o assinam lá em Belo Horizonte, com testemunho do governo do Estado, como a Fosfertil fez com Uberaba?

Sinceramente respondam: para a posssível elaboração de tal documento, os senhores já têm em mente o que reivindicar como essencial, prioritário e duradouro em defesa dos interesses fundamentais e fundamentados de nosso município?

Eu sei que não deve ser fácil para os senhores ficarem lendo estas febris linhas, “escritas por um Flávio qualquer”, “quem ele pensa que é?”, "o que ele entende sobre isso?" (comentários como estes, feitos no interior do Palácio dos Leões já chegaram aos nossos ouvidos, e entraram por um e saíram por outro).

Ah, somos interessados. Somos perdigueiros na pesquisa, no aprofundamento... Ninguém nasce sabendo, não é mesmo? Mas pode-se aprender e tentar explicar, passar para o público leitor o que conseguir apurar, captar, o aprendido, entendido e compreendido, enfim...

Tolerem, senhores! Porque muitas linhas ainda virão. Em desdobramentos. Pelo menos assim abrimos um canal de debate. De modo simples, simplório, chamem como quiserem. Mas adoramos este solo. E é deste solo que será extraída tamanha riqueza.

O ‘ônus talvez não pode ser maior que o bônus’. Patrocínio não suporta e não comporta mais isso.

E como nesse time que os senhores formaram, desde janeiro de 2009, para jogar esse jogo de Copa do Mundo, não se vislumbra ninguém para marcar gols de placa, eu, como muitos outros (tenho certeza), me disponho (já me propus por livre e espontânea vontade), com meus modestos textos, a ser um mero ‘gandula’.

Os senhores estão em campo e estão com a bola. E o tanto que eu escrevo não cabe no limite de quatro linhas...

"PROJETO SALITRE" 4

1)
O fosfato extraído em Patrocínio deverá ser escoado pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), malha ferroviária controlada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Mas a empresa tem levado muito em consideração a ligação asfáltica até Uberaba.

2)
A área projetada para exploração é de dois mil hectares. Grande parte do terreno, porém, pertence a fazendeiros locais. As negociações para indenizar os proprietários rurais ainda não tiveram início.

3)
Faz parte do “PROJETO SALITRE” a construção de um complexo industrial químico, para aproveitar o minério a ser extraído e beneficiado em Patrocínio, com capacidade para produzir 560 mil toneladas por ano de ácido fosfórico (insumo intermediário para a produção de fertilizantes fosfatados de alta concentração). Além disso, a empresa vai instalar unidades de ácido sulfúrico e outras plantas. É isso que diz o lado 'oficial' do projeto.

4)
A Fosfertil foi privatizada em 1992. Desde então a empresa já investiu R$ 3 bilhões na região de Uberaba, na expansão do parque industrial.

5)
Falei aqui sobre a importância de assinatura de um Protocolo de Intenções entre Fosfertil e Prefeitura. Pois é. Em 12 julho de 2008 a Fosfertil e o governo de Minas assinaram, no Palácio da Liberdade, um protocolo de intenções para a realização do investimento de 271 milhões na expansão da unidade industrial de Uberaba. Um dos compromissos da Fosfertil, estabelecidos no protocolo de intenções, é o de promover o treinamento e a capacitação de mão-de-obra, dando prioridade à força de trabalho local. A empresa também se compromete a manter a unidade industrial em Uberaba, por um prazo mínimo de 10 anos (no 'protocolo' fica estabelecido que até o emplacamento dos novos veículos que a empresa adquirir deve ser feito em Minas Gerais). Precisamos ter o nosso Protocolo de Intenções, estabelecendo a formação, o aproveitamento e a especialização de mão-de-obra local, bem como valorização de nosso comércio, adquirindo em Patrocínio o que nosso comércio puder oferecer; investimentos em programas sociais de nossa cidade (nós nem temos em mente um projeto específico, temos?)Saibam, senhores, que a Fosfértil normalmente adota um projeto específico para cada comunidade. Um Protocolo de Intenções é sumamente importante. O que não está no papel - e assinado embaixo - simplesmente não existe. Muitos outros pontos precisam ficar documentados antes que qualquer atividade seja iniciada. Ou continuaremos 'amadores' diante dos grandes projetos para nossa terra?

6)
A Fosfértil conhece tão bem nossa região, mas tão bem, que quando eles se referem à abertura da nova mina (é isso pode ser lido em diversos órgãos da imprensa nacional e até internacional), ao invés de citarem o distrito de Salitre de Minas, eles (da Fosfertil) falam em “Serra do Salitre, localizada no município de Patrocínio”. Alguém precisa informá-los que “Serra do Salitre” é um município independente, é outro município. Salitre de Minas, sim, é um distrito de Patrocínio.

7)
O vereador Joel Carvalho, tanto na condição de legislador quanto na de presidente de um sindicato representativo, poderia propor a criação da Associação dos Proprietários Rurais que terão suas terras negociadas com a Fosfertil, oferecendo-lhes, via prefeitura, via sindicato, assessoria jurídica consistente, apoio total em todo o processo de negociação. (Até porque, poderão ocorrer reflexos também no distrito de São João da Serra Negra, seu berço natal). Quando a Cemig construiu a barragem de Nova Ponte esse procedimento foi adotado com muita lisura e transparência. Citei o vereador Joel, mas qualquer outro vereador (ou um grupo deles), mas de forma independente, correta e honesta, poderia levar uma palavra de tranquilidade e respaldo aos proprietários das terras que serão 'esburacadas' pela Fosfertil. (Pena que o Alcides Dornelas não é mais vereador; pena, também, que ele esteja gozando das benesses do poder, pois na minha opinião ele seria a pessoa mais indicada para a condução dessa questão de suma importância). Pensei também no vereador Alberto Sanarelli, que é esclarecido, tem vínculos com Tejuco (próximo a Salitre de Minas); pena que o Sanarelli seja o líder da administração na Câmara, não teria 'independência' para as 'amolações' que surgirão e que vão requerer 'tutano' na hora de defender os interesses dos menos esclarecidos.

8)
Ainda sobre aos moradores das fazendas da região, que serão atingidos pela mineração, um dos diretores já garantiu à imprensa que "eles serão chamados 'a seu tempo'. E que, "num primeiro momento haverá o esclarecimento do projeto e, depois, a negociação. Com certeza as pessoas serão ressarcidas por estarem, de alguma forma, 'contribuindo' com nosso projeto". Inicialmente, a área de abrangência da Fosfertil será de 2 mil hectares. A mineradora Fosfertil diz que essa área "é variável". Mas, certamente, com tanta análise que já foi feita, a empresa, organizada que é e mobilizada que está em torno do "PROJETO SALITRE", já deve ter todos os números referentes a essas "variações das áreas atingidas".

9)
A grande preocupação deste que escreve estas linhas diz respeito aos impactos ambientais que ocorrerão naquelas regiões (sim, envolvendo, além do entorno de Salitre de Minas, também o distrito de São João da Serra Negra). Mais adiante vamos abordar a questão ambiental com mais propriedade, ouvindo pessoas conceituadas sobre o tema. É inconteste, é indiscutível que toda mineração traz impactos ambientais e que os donos das mineradoras vão sempre 'minimizar os problemas que elas podem causar'. Um dos diretores da Fosfertil, em entrevista, disse que "a própria atividade, que é a mineração, traz alterações no local em que é implantada". Mas 'minimizou', argumentando que "os impactos são bastante regionalizados e as ações compensatórias e mitigatórias acontecem no próprio sítio (...)", "então a abrangência dos impactos normalmente é pequena". Sabe-se que a Fosfértil trata as questões ambientais com muito rigor (até porque tem um nome a zelar). A empresa, em seu site na Internet, expõe toda sua preocupação ambiental. Sabe-se, por exemplo, que isso é tratado "sob um sistema de gestão, que abrange além das questões ambientais, também a saúde do trabalhador, a segurança no trabalho, a responsabilidade social, a qualidade dos produtos, a qualidade do serviço". (...) "A Fosfertil tem nove unidades no Brasil e todas têm um respeito muito grande pela comunidade e pelo meio em que está inserido, principalmente o meio ambiente". Ótimo, mas a prefeitura e a comunidade como um todo têm a obrigação de acompanhar tudo isso de perto e fiscalizar o "tatu" com a maior lupa que tiver em Itu.

10)
Nossas lideranças cochilam muito. A Fosfertil está instalada formalmente em Patrocínio desde o ano 2000 e é de pouco tempo para cá que entrou de fato na pauta das discussões, do conhecimento geral do grande público. Nossas lideranças precisam cobrar, exigir que o "PROJETO SALITRE" como um todo seja amplamente explanado, mas de forma didática, clara, simples e realista. Não só do ponto de vista de "propaganda" e "marketing" da empresa, mas questionando todas as dúvidas, para que não reste uma sequer.


ATENÇÃO: No decorrer destas publicações poderá parecer, para você leitor(a), que estamos repetindo pontos antes já explanados. Isso faz parte de nossa estratégia de 'fixação' de temas que julgamos que você precisa e deve ter em mente, para melhor conhecê-los, analisá-los, questioná-los e ter seu próprio julgamento acerca dos mesmos.

19 de março de 2009

"PROJETO SALITRE" 3

No mesmo dia em que o conselho de administração da Fosfertil aprovou os investimentos de 2 bilhões de reais no "PROJETO SALITRE", 27 de maio de 2008, o Diretor Presidente e Relações com Investidores, Sr. Vital Jorge Lopes comunicou a decisão ao mercado de ações, por meio de um “FATO RELEVANTE”. Foi o maior burburinho.

Fato este que a "BOVESPA” repercutiu imediatamente:

"Fertilizantes Fosfatados S.A. – Fosfertil, companhia aberta com sede na Cidade de Uberaba, Estado de Minas Gerais, na Estrada da Cana, Km 11, Distrito Industrial Delta, inscrita no CNPJ/MF sob nº 19.443.985/0001-58 ("Companhia"), comunica a seus acionistas e ao mercado, nos termos e para os fins do parágrafo 4º do art. 157 da Lei 6.404/76 e da Instrução CVM 358/02, conforme alterada, que o Conselho de Administração da Companhia aprovou a execução da primeira etapa do "PROJETO SALITRE", o qual prevê, quando integralmente implementado, a duplicação da capacidade de produção de fosfatados da Companhia e investimentos estimados da ordem de R$ 2 bilhões de reais".

"O Projeto Salitre compreende:

(a) a construção de um novo complexo de mineração na região da Cidade de Patrocínio (MG), onde a Companhia detém o direito de exploração de uma jazida de fosfato, com capacidade para produzir 2 milhões de toneladas de rocha fosfática por ano;

(b) a construção de um complexo industrial químico, cuja localização será definida na primeira etapa, para aproveitamento do minério a ser extraído e beneficiado em Patrocínio, com capacidade para produzir 560 mil toneladas/ano de ácido fosfórico (insumo intermediário para a produção de fertilizantes fosfatados de alta concentração, como MAP – fosfato de amônio, TSP – superfosfato triplo e DAP – fosfato diamônio);

(c) a instalação de unidades de ácido sulfúrico (1,4 milhão toneladas/ano) e plantas multipropósito de TSP, MAP e DAP (1,2 milhão de toneladas/ano).

Na primeira etapa, serão realizados estudos complementares de engenharia básica para a avaliação dos parâmetros técnicos e econômicos, que exigirão investimentos de R$ 120 milhões. O prazo previsto para conclusão da primeira etapa do Projeto Salitre é de 12 meses.

Concluída a primeira etapa, a continuidade do Projeto Salitre, inicialmente previsto para um período de 4 anos, está sujeita à aprovação do Conselho de Administração da Companhia.

Uberaba, 27 de maio de 2008
.

Vital Jorge Lopes
Diretor Presidente e Relações com Investidores"

"PROJETO SALITRE" 2

No que diz respeito à implantação da Fosfertil em Patrocínio, as autoridades locais podem deixar a timidez de lado.

Olhar no olho e requerer o que preciso for. A Fosfertil hoje almoça, merenda, janta, dorme sonhando e respira o "PROJETO SALITRE".

E as autoridades locais precisam fazer tudo preto no branco. Documentos bem elaborados, redigidos com toda preocupação de detalhes, minuciosamente.

Há, já, uma Carta de Intenções?

Recentemente tomei conhecimento que o prefeito Lucas Siqueira tem frisado que um grande esforço está sendo feito para que a planta química (complexo responsável pela industrialização dos insumos necessários para o processamento da matéria prima que será extraída pela Fosfertil) venha também para Patrocínio. Isso é mesmo fundamental.

Já havia informado aqui (e não é segredo para ninguém) que muitas cidades estão disputando o complexo, entre elas Patos de Minas e Uberaba (que já têm estrutura para tal).

A Fosfertil está investindo 'zilhões' na Unidade de Uberaba. E parece que é para lá que a coisa se encaminha.

Lucas Siqueira falou que um grande empenho político tem sido feito. De acordo com ele, deputados estaduais e federais, secretários de estado e até ministros, entre outros, já entraram em contato com a empresa pedindo que a planta química da Fosfertil venha para Patrocínio. Atrapalhar não atrapalha, mas isso é bobagem, Lucas!

A direção da empresa está avaliando as questões técnicas - e é aí que a coisa pega. Porque, tecnicamente, com os investimentos que vem recebendo, Uberaba hoje é insuperável (sejamos realistas). Mas é preciso 'fincar' o pé e segurar o negócio por aí mesmo - e isso depende muito do 'ok' do município, de sua administração.

Para as definições e decisões finais o conselho de administração da Fosfertil se reúne agora no meio do ano. Já foi preparada uma minuta com todas as reivindicações de Patrocínio envolvendo o assunto? Documente-se!

Requeira, por exemplo, Lucas Siqueira, o Curso de Técnico em Mineração que você tanto quer, já que você sabe que nossa mão-de-obra está muito aquém, mas muito mesmo, do que exige a Fosfertil. Aí, sim, a intromissão política e de políticos pode auxiliá-lo junto ao Senai - Serviço Nacional da Indústria, na busca de uma parceria.

Lucas já declarou que o Senai não investe na construção (física) de escolas, e que "isso teria que partir do município ou da própria Fosfertil".

Pois 'exija' isso da Fosfertil. O que são 3 milhões de reais (valores levantados pelo próprio prefeito) para um empreendimento dessa magnitude? Nadica de nada.

Um parêntese: (Desculpem-me por isso, mas faço questão de ilustrar com algo que vivenciei; afinal o desafio com esforço resulta em conquista. Lembro-me bem: quando a CEMIG inundou boa parte de nossas terras, muita coisa que era 'impossível' tornou-se possível e aconteceu. Um só exemplo? A Av. Faria Pereira em linha reta até o trevo. Cortar aquela serra era 'impraticável' - tinham até asfaltado a curvinha... Por que sei disso? Porque era chefe de gabinete à época e varei noites pesquisando e escrevendo ofícios e mais documentos para o Dr. Guy, então presidente da Centrais; insistindo, indo várias vezes com as autoridades de então até o canteiro de obras da nova Nova Ponte).

Os 'frouxos', 'acomodados', dirão: "Ah, mas não é bem assim". É assim, sim! A jazida de Salitre de Minas é i-ni-gua-lá-vel. A partir dela a Fosfertil vai duplicar sua produção. É produção para 100 anos. São balancetes que farão os olhos dos investidores e de seus herdeiros brilharem.

Ou este "PROJETO SALITRE" desenterra de vez essa 'cabeça de burro' que ninguém sabe onde está e que 'encalacra' nossa cidade ou continuemos parecendo 'ingênuos' diante de tamanha riqueza de nosso subsolo.

Para isso é preciso que o município e seus representantes não mostrem tanta 'ansiedade', tanta 'afoiteza' - ou comerão cru se apressarem o processo.

Toma frente, Lucas! Toma frente, Fausto! Peguem o bastão! Ponham na mesa as reivindicações justas, realistas e merecidas. Que esta reunião do Conselho Diretor da empresa seja 'também' para atender aos nossos anseios e não tão-somente aos anseios da Fosfertil.

A verdade é que, na medida em que você vai se 'enfronhando' do que é, do que representa este "PROJETO SALITRE" para a Fosfertil e para nosso município, é que você chega à conclusão que Patrocínio não pode abrir mão de seus pleitos, mas de jeito nenhum mesmo.

É tudo muito, muito, muito grandioso. E a partir destes textos que publicaremos, até os leigos e desligados passarão a perceber a dimensão de tudo.

"PROJETO SALITRE" 1

Os investimentos de 2 bilhões de reais no "PROJETO SALITRE" foram aprovados no dia 27 de maio de 2008 pelo conselho de administração da Fosfertil.

A empresa já detém o direito de exploração da imensa jazida de fosfato localizada em Salitre de Minas, que, repito, ao ser explorada, possibilitará a duplicação da capacidade de produção de fosfatados da Fosfertil.

Para que isso seja possível, será necessária a construção de um novo complexo industrial químico, para produção de fosfatados de alta concentração.

A exploração de nosso fosfato de Salitre de Minas possibilitará a ampliação da oferta brasileira de rocha fosfática em 34% e de ácido fosfórico em 60%. Com isso, o Brasil se tornará ainda mais independente, pois deixará de importar 15% de fosfatados.

O fosfato de nosso município é um tesouro inestimável.

Enquanto as jazidas utilizadas pela Fosfertil em Tapira, Catalão e Patos de Minas têm teores entre 7% e 10%, a nossa jazida de Salitre tem teor médio de aproximadamente 11% de P2O5.

Tem mais. Só para você ter uma idéia, se a Fosfertil explorar 2 milhões de toneladas de rocha fosfática por ano (e essa é a capacidade produtiva projetada), a vida útil da jazida de Salitre de Minas é estimada em 100 anos. Um século.

Quem, como eu, já visitou a região da Lagoa do Chapadão de Ferro, já deve ter visto por lá um sem-número de estacas e furos no chão.

Pois é. São marcos das pesquisas geológicas que se iniciaram no distrito de São João da Serra Negra e em Salitre de Minas já nos anos 70, pelo Departamento Nacional de Produção Mineral.

Desde essa época eles vêm buscando, naquelas regiões, minérios de nióbio, titânio e fosfato.

Nestes locais está o preciosíssimo mapa da mina, pois as pesquisas do DNPM, mais que reconhecerem o potencial mineral das chaminés alcalinas – que são formações com origens semelhantes ao processo de formação de vulcões -, indicaram um grande potencial de aproveitamento dos minérios de fosfato e titânio. (Ou seja, o titânio também ainda renderá dividendos e desenvolvimento para nosso município).

O que a Fosfertil fez? Continuou esses estudos de olho no beneficiamento de minério de fosfato.

E agora essa riqueza é toda sua.

O que é "PROJETO SALITRE"

Peço licença para escrever (na primeira pessoa do singular) e postar, aos poucos, uma série de textos sobre a instalação da Fosfertil no município de Patrocínio.

E vou escrevê-los em uma linguagem bem simples, para que qualquer torcedor do Clube Atlético Patrocinense entenda e possa - caso se interesse - entrar nesse universo, compreendê-lo em toda a sua dimensão e falar sobre o tema com sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho etc.

Quero dividir com todos a extensa pesquisa que venho desenvolvendo e continuarei a desenvolver sobre o tema e condensá-la, reuni-la em um só espaço, para facilitar o seu acompanhamento.

Toda essa pesquisa se baseia em dados oficiais e é proveniente de uma ampla fonte, desde o site da Fosfertil, a imprensa em geral, análises técnicas, entrevistas, revistas especializadas do setor etc.

Os focos principais serão o econômico, o ambiental, a formação, o preparo e o aproveitamento da mão-de-obra local, a necessidade de que a Fosfertil implante no município todo o complexo agregado à exploração, para que não fiquemos apenas com as "crateras".

Por serem pertinentes, são temas que precisam de um melhor aprofundamento, pois está nítido para todos o quanto nossas lideranças, nossas autoridades estão demonstrando ansiedade. Desnecessária e amadora, por sinal.

"PROJETO SALITRE" é a denominação que o Fosfertil deu a abertura de uma mina de fosfato, localizada no distrito de Salitre de Minas, no município de Patrocínio, unidade essa que simplesmente possibilitará a duplicação da capacidade de produção de fosfatados da empresa.

A operação da mina de fosfato de Salitre poderá ser iniciada em até quatro anos, com uma produção de 2 milhões de toneladas anuais de rocha fosfática, suficientes para a fabricação de 1,5 milhão de toneladas anuais de fertilizantes, na unidade de processamento de Uberaba.

A Fosfertil já possui uma mina, com a mesma capacidade de produção, localizada em Tapira, também no Alto Paranaíba. O produto é escoado até Uberaba por meio de um mineroduto.

O "PROJETO SALITRE" é hoje a menina dos olhos da Fosfertil e seu objetivo número um, sua grande meta atualmente.

Todas as áreas da Fosfertil, sem exceções, estão envolvidas com o "PROJETO SALITRE", que conta com a participação de vários especialistas, como geólogos, engenheiros e técnicos de minas, mecânicos, eletricistas, técnicos de segurança no trabalho e ambiental, economistas, contabilistas, advogados, especialistas em recursos humanos, comunicação, informática, transportes, logística, comercialização, administrativo e outros.